sábado, 29 de outubro de 2011

MONUMENTO DO POVO AFRICANO EM SANTO ESTEVÃO




Escritor da inacabada obra Luz do Adro, Francisco Anísio Costa Pinto inicia movimento para a construção de um monumento na área do primeiro Cemitério de Santo Estevão, em homenagem ao povo africano ali sepultado.
“É preciso que ações capazes de lembrar como se formou a nossa população sejam materializadas. E a construção de um monumento é essencial nesse passo.”
Nosso Campo Santo foi fertilizado com o sangue do povo africano1, e como tudo o mais relacionado aos horrores da escravidão, foi esquecido debaixo dos nossos passos diários na Praça da Bandeira, a tão conhecida Praça da Lua.
O resgate e a restauração do espaço sagrado aparecem como elemento essencial à perpetuação na memória do povo, daquilo que possa de mais significar a natureza concerta que nos dias atuais possa ser lembrado com alegria da comunidade que se formou nesse tempo. A lembrança do negro nos indicará o momento particular de reconhecimento do quanto significou a sua presença na formação dessa terra boa.
Moçambique, Angola, Gana, Benin, Nigéria, por suas nações gegê e nagô, devem ser lembrados continuadamente no nosso caminhar. Urge erguer um monumento a esse povo que nos inseriu e nos mantêm livres nos dias atuais, seja na força do trabalho, seja na luta diária pela igualdade. Luz do Adro tem a missão de abrir o baú da história local, por acreditar que a realidade sobre a origem de cada um possa trazer um prazer novo, pela capacidade de crescimento contínuo que a nação africana possibilitou no desenvolvimento de Santo Estevão.
Não se há por esquecer a presença portuguesa, também sepultada na Praça e dentro da Igreja, porque eles foram os colonizadores, os responsáveis diretos pela organização da vila que se formou. O povo indígena aparece no momento em que se dá a miscigenação, pois não se encontrou registro algum de óbito relacionado ao gentio paiaiá até o momento.
Quantos de nós não já ouvimos dizer que uma avó, bisavó, tataravó era de descendência africana ou indígena2. A miscigenação racial envolvendo o povo português se dá com as mulheres africanas e indígenas prioritariamente, por isso a citação e lembrança de descendentes do sexo feminino.


1 Registros da Igreja Católica e exames de ossada comprovam a existência do primeiro Cemitério da então Villa de Santo Estevam do Jacuhype a partir de 1752 na atual Praça da Bandeira (Praça da Lua).
2 Sobre os índios trataremos em outro momento.

2 comentários:

  1. muito interessante os posters,estamos aprendendo um pouco mais sobre essa bela cidade

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  2. Muito relevante essa questão, costumo dizer que somos fruto dessa mistura:Branco+negro+índio = Brasileiro(a)

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